quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Filmes Favoritos de 2013

Listas de filmes favoritos são bem comuns ao final de ano, então também farei a minha. Já é 2014, porém tive que esperar pra poder assistir aos principais lançamentos agora devido à temporada de Oscar e mesmo assim ainda faltaram alguns (A Caça, Nebraska, O Ato de Matar, etc.). Esta lista não é sobre os melhores filmes objetivamente, mas meus favoritos apenas.


10 - Capitão Phillips


Não estava esperando gostar de Capitão Phillips, mas logo na primeira cena com a invasão ao navio o filme me envolveu completamente. É um excelente thriller que consegue ser inteligente, tenso e até mesmo emocionante. Com uma ótima direção, Paul Greengrass constrói o suspense perfeitamente e Tom Hanks está incrível, principalmente nas cenas finais em que a sua atuação é devastadora.

9 - Thor: O Mundo Sombrio


Quando assisti ao primeiro Thor fiquei desapontado que o filme decidiu investir tanto tempo da sua história ao personagem principal tendo que aprender a viver no mundo humano - já que adorei o universo criado para Asgard e os outros reinos -, algo que esta continuação acertou em corrigir ao focar mais nos elementos mais fantasiosos do universo e explorar as peculiaridades de Asgard. Thor 2 não é perfeito, chega a ser previsível em certas partes e o vilão é mal desenvolvido, mas mesmo assim o filme tem muita energia, consegue ser muito engraçado (destaque para Thor pegando o metrô e Loki tirando sarro do Capitão América) e a luta com os portais é inspirada. Eu estou adorando o universo interligado dos Vingadores e acho que a Marvel realmente está fazendo história.

8 - Amor Bandido


Amor Bandido é um filme sobre amadurecimento que ensina que a realidade nem sempre corresponderá às suas expectativas, não é à toa que todas as mulheres na vida do jovem protagonista Ellis parecem decepcioná-lo de alguma forma. Matthew McConaughey e Ty Sheridan dão ótimas atuações e o roteiro de Jeff Nichols - que também dirige - flui tão bem que Amor Bandido lembra um ótimo livro que você não quer que acabe.

7 - O Lobo de Wall Street


Scorsese dirige o mais hilário e surtado filme do ano. Com três horas de duração, O Lobo de Wall Street consegue ser engraçado, trágico, nojento e chocante. Leonardo DiCaprio tem aqui a melhor atuação desde O Aviador - outra colaboração com Scorsese -, é impressionante o alcance e a disposição que ele teve para certas cenas e como ele consegue encarnar um protagonista desprezível, mas carismático. É notável que Scorsese com 71 anos de idade ainda é capaz de comandar um filme como esse e ainda assim conseguir chocar muitas audiências (o filme causou polêmica pelas cenas de sexo e drogas), espero que continue dirigindo com o mesmo nível pelo resto de sua carreira.

6 - Jogos Vorazes: Em Chamas


Embora eu goste muito da premissa do primeiro Jogos Vorazes, ainda acho que é um filme com muitos problemas: o ritmo não corre bem, o trabalho de câmera é irritante, etc.. Em Chamas, porém, é um espetáculo que entra na categoria de grandes continuações do cinema. Parece que tudo que não funcionava no primeiro Jogos Vorazes foi consertado nessa sequência: a ação é muito mais criativa, os personagens secundários são mais carismáticos e alguns momentos são genuinamente surpreendentes. Jennifer Lawrence está excelente, é incrível a quantidade de conflitos que a sua personagem passa e como a ela consegue capturar essas emoções, na verdade achei a sua atuação nesse filme melhor do que em Trapaça, pela qual ela é cotada a mais uma indicação ao Oscar. Em Chamas é ótimo, é um filme destinado ao público jovem que fala sobre opressão, corrupção, revolta e diversos temas complexos sem soar forçado em nenhum momento.

5 - Questão de Tempo


Questão de Tempo começa como uma comédia romântica tradicional - com a leve diferença do protagonista conseguir viajar no tempo -, mas ao final torna-se uma bela mensagem de aproveitar a vida e os pequenos momentos ao máximo. Não importa se a viagem no tempo em muitos momentos não faz sentido, o propósito do filme não é ser uma ficção-científica, mas sim uma história sobre relações familiares, escolhas e aproveitar o tempo que temos com os amores de nossas vidas. É um filme muito simples que consegue ser satisfatório, emocionante e encantador.

4 - Gravidade


Alfonso Cuarón é um visionário, o que ele consegue alcançar em Gravidade, do ponto de vista técnico, é absolutamente espetacular. Esse filme representa, de muitas maneiras, o futuro do sci-fi e de como os efeitos visuais podem ser usados para criar uma experiência nova no cinema, além de ser, também, um ótimo thriller e apresentar uma bela mensagem de renascimento e segunda chance.

3 - 12 Anos de Escravidão


12 Anos de Escravidão é provavelmente o A Lista de Schindler desta década. Um filme incrivelmente forte, mas necessário, que analisa e explora aspectos da escravidão nos EUA de uma forma angustiante. Embora não seja o meu filme favorito do ano, acho que o Oscar de melhor filme e melhor ator são mais do que merecidos para essa obra que retrata um pedaço terrível da história humana de uma maneira nunca vista antes no cinema. Existem muitos momentos em que é realmente difícil segurar lágrimas, e o responsável por isso é o ator principal Chiwetel Ejiofor, que tem sem dúvida a melhor atuação do ano; o enforcamento, o enterro e o chicoteamento são cenas que demonstram a performance impressionante do ator. Os coadjuvantes Michael Fassbender, Lupita Nyong'o e Paul Dano também estão ótimos. 12 Anos de Escravidão é provavelmente o filme mais importante do ano e merece toda a aprovação que está recebendo de críticos e público.

2 - Rush: No Limite da Emoção



Rush apresenta dois protagonistas com motivações e características completamente diferentes: James Hunt (Hemsworth) é impulsivo e se importa apenas com o presente e em viver o momento, já Nikki Lauda (Brühl) é calculista e pensa a longo prazo. Esse conflito de personalidades combinado com a atuação de Hemsworth e Brühl já seria suficiente para conferir esse filme, existem , no entanto, tantos outros aspectos de Rush que são brilhantes: a linda trilha sonora de Hans Zimmer, as sequências de corrida, o final  tocante, entre outros. É uma grande história sobre rivalidade, motivação e superação.

1 - Ela

   

Ela é um romance ambientado em um cenário de ficção científica que consegue ser surpreendentemente tocante e profundo ao mesmo tempo. Existem tantos filmes que já falaram de inteligência artificial em um contexto filosófico: Blade Runner; 2001; Eu, Robô; A.I.; mas mesmo assim Ela consegue trazer uma abordagem diferente em relação a como a humanidade está interagindo cada vez mais com a tecnologia a ponto de conseguir se apaixonar por um sistema operacional. É realmente incrível a quantidade de temas complexos que o filme discute sobre solidão, interação e amor tanto do ponto de vista humano quanto do tecnológico, já que neste caso é um homem e uma inteligência artificial que estão apaixonados. A trilha sonora é maravilhosa e o visual do filme retrata um cenário futurístico de uma forma muito diferente do comum, mas que funciona. Sem dúvida alguma Ela é o meu filme favorito de 2013, todos os elementos se encaixam perfeitamente e, embora eu ache que não irá ganhar muitos prêmios, considero um dos grandes filmes que me lembra porque amo tanto cinema.


Menções honrosas: The Spectacular Now, Fruitvale Station, Frozen, Os Suspeitos, Azul é a Cor Mais Quente

sábado, 28 de dezembro de 2013

Crítica: Skins [1ª geração]


"E se eu não estiver pronto para tudo isso?" pergunta Tony, em relação ao seu futuro, à sua namorada Michelle; "você meio que tem que estar" responde ela. A chegada da maturidade, a preocupação com o porvir e a aceitação de responsabilidades na juventude são apenas alguns dos diversos temas levantados por Skins, série britânica produzida pelo canal inglês E4. O programa conta as diversas histórias. relações e desventuras de um grupo de jovens ingleses convivendo diariamente com sexo, drogas e as adversidades da adolescência.

A 1ª geração - composta pelas duas primeiras temporadas - possui os mais ecléticos personagens: sociopata, anoréxica, gay, perseguidora, entre outros; cada um com os seus próprios dilemas e aborrecimentos. Essa mistura de personalidades e situações gera uma dinâmica difícil de se encontrar em outros seriados, embora filmes como O Clube dos Cinco e Jovens, Loucos e Rebeldes tenham capturado essa essência perfeitamente para o cinema, neste caso o fato de Skins ser uma série de TV que permite continuidade e sequência apenas melhora o produto final.

Na superfície, o seriado aparenta ser sobre um bando de desajeitados festeiros e drogados tentando se dar bem, e, em certo nível, realmente é. Existem, porém, muitos problemas e situações encontrados pelos personagens que são relacionáveis e espelham a vida real de muitos jovens. Um aspecto positivo de Skins para a sua audiência é que não existe tabu; o homossexualismo, a gravidez na adolescência e até mesmo o aborto são assuntos apresentados, e considerando que o público-alvo do programa é o juvenil, isso é um ponto forte.

Ainda que a série não seja completamente realista - algumas situações e ações são exageradas em favor da narrativa - é importante que exista alguma forma de entretenimento para jovens que também foque em temas polêmicos e complexos, não mantendo-se apenas a um tom simples.


Não será surpresa se no início o telespectador sentir aversão ou descontentamento com as ações imorais dos protagonistas, o mais surpreendente será se encontrar apegado a eles com a progressão e o desenrolar da série. A capacidade do programa de mudar o ponto de vista do público é notável, odiar um personagem e começar a amá-lo de um episódio para o outro - ou vice-e-versa - é na verdade bem comum em Skins.

A quantidade de desencontros, desentendimentos, términos, reconciliações e triângulos amorosos pode ser irritante, ainda que o seriado seja um drama adolescente e essas situações sejam praticamente obrigatórias, é muito incômodo ver dois personagens separados por alguma confusão que poderia ser facilmente esclarecida.

Tendo em vista o laço criado da audiência com os personagens, é também decepcionante que o desfecho da geração tenha deixado tantos finais em aberto ou simplesmente sem conclusão. Um final aberto pode ser usado bem, porém ao considerar que eram dedicados episódios inteiros ao arco dos personagens, não concluir os seus desenvolvimentos é um grande desapontamento, já que a próxima geração terá praticamente um grupo de protagonistas novos.

O elenco, aliás, é composto por um grupo de jovens atores ingleses promissores, se destacam: Nicholas Hoult (Jack, o Caçador de Gigantes e o Fera em X-Men) interpreta Tony, o manipulador; Dev Patel (protagonista do vencedor do Oscar, Quem Quer Ser um Milionário?) interpreta Anwar; Joe Dempsie interpreta Chris e Hannah Murray faz a anoréxica Cassie (os dois últimos aparecem em Game of Thrones).


Em termos de tom, Skins é muito similar ao filme cult Trainspotting de Danny Boyle. Em ambas as obras os seus protagonistas, embora sejam carismáticos, são usuários de drogas e festeiros. A grande diferença é que o foco principal de Trainspotting é o vício e as suas consequências, e Skins está mais ligado aos personagens e suas relações. A representação do uso de drogas na série, diferente de Trainspotting, é imparcial, não parece glorificar, mas também não condena; apenas retrata como a realidade de muitos jovens.

À primeira vista, era muito perturbante o quão sombrio alguns episódios podiam se tornar; overdoses, sequestros, tentativas de suicídio e mortes não eram raros. Os episódios mais descompromissados, como o que o grupo viaja para a Rússia, comemora o aniversário de Anwar ou vai acampar, eram muito mais agradáveis de se assistir e ficava a questão do porquê existiam tantas situações pesadas. Ao decorrer da série uma coisa fica mais e mais clara: Skins não é uma série alegre com momentos sombrios, é uma série sombria com alguns momentos alegres.

Faz sentido ser assim, a predominância da desesperança faz com que um mero instante feliz seja muito mais especial e único, e isso dá uma certa distinção e destaque a esses episódios. De uma forma estranha a vida também é assim, o ser humano está constantemente vivendo os momentos árduos para chegar aos momentos felizes.


Divertida, energética, bizarra, hilária, depressiva, intensa e, mais do que tudo, excêntrica. São apenas algumas das inúmeras características que podem ser atribuídas a essa estranha série sobre um bando de adolescentes carismáticos e frenéticos tentando entender a vida e a si mesmos. E foram apenas duas temporadas; faltam cinco.

Nota: 4/5




sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Crítica: Gravidade



Gravidade (2013). Dirigido por Alfonso Cuarón. Estrelando: Sandra Bullock, George Clooney e Ed Harris.

Sem Spoilers

Alfonso Cuarón, diretor de Gravidade, foi o responsável por Filhos da Esperança (2006), um filme espetacular - provavelmente um dos meus favoritos - tanto em aspecto técnico pela ambientação extremamente realista e os longos planos sem cortes, quanto pela sua temática de esperança e otimismo em um mundo completamente pessimista. Assim, era de se esperar que seu próximo projeto fosse muito aguardado, e depois de sete anos Cuarón satisfaz as expectativas e entrega mais uma obra que será lembrada por muito tempo.

Gravidade acompanha dois astronautas (Bullock e Clooney) lutando pela sobrevivência após terem sido atingidos por destroços de um satélite e terem ficado à deriva no espaço. Apesar da trama aparentemente simples, o filme consegue manter o espectador atento e ansioso ao longo de seu andamento. É incrível como os 90 minutos de duração passam rapidamente devido ao ótimo ritmo e fluidez do longa.

Tecnicamente Gravidade é espetacular. Os efeitos visuais são excelentes, em algumas cenas, por exemplo, a câmera entra no ponto de vista dos personagens e a sensação é que realmente se está no espaço. Isso é ao mesmo tempo emocionante e assustador, já que apesar de ter-se uma vista linda do planeta a situação em que se encontram ainda é de extremo perigo. Um aspecto também interessante é que as cenas no espaço não possuem som (algo raro em filmes de ficção científica), entretanto a trilha sonora, composta por Steven Price, possui dicas e deixas sonoras para representar o que estaria acontecendo na tela, uma decisão genial.


Em relação a atuação, Sandra Bullock está muito bem no papel da astronauta novata Ryan Stone, tanto que eu não ficaria surpreso se ela fosse indicada novamente a um Oscar. Há uma cena em que a sua personagem simplesmente desaba de uma maneira que fora de contexto seria considerada cômica, mas a forma em que a atriz entrega a cena é tão verossímil e tocante que a audiência consegue sentir o que a sua personagem está passando no momento. George Clooney por outro lado, não possui tantas cenas de impacto quanto Bullock, embora o ator esteja carismático como sempre, o roteiro não pede que ele tenha tanto destaque quanto a Miss Simpatia, que aqui é o foco principal.

Do lado temático, o filme explora questões como a superação, o apreço pela vida e o renascimento. Existem diversas cenas e diálogos que reforçam todos esses temas, algumas vezes de maneira superficial e outras de maneira mais palpável. Há uma bela cena, por exemplo, em que a astronauta tira sua roupa espacial e flutua na estação de uma maneira que a imagem lembra um feto no útero.

Não sou muito fã de 3D, o último que assisti no cinema foi em Harry Potter 7.2 e mesmo assim achei completamente desnecessário com exceção de alguma cena ou outra. Aqui, acho que a terceira dimensão funciona muito bem, especialmente nas cenas envolvendo os destroços vindo em direção a tela ou em que objetos flutuam aleatoriamente pela estação espacial, além é claro da sensação de profundidade aumentar bastante a imersão.


Apesar de certos detalhes no roteiro terem me incomodado, achei Gravidade excelente. É um filme que triunfa em diversos aspectos: visual, atuação, trilha sonora e entretenimento em geral. Não somente isso, o sucesso estrondoso nas bilheterias prova que ainda há lugar para projetos originais em Hollywood, que não sejam apenas adaptações, remakes ou reboots. Espero que Gravidade tenha todos esses méritos reconhecidos pelo Oscar ano que vem, será mais do que merecido para um dos melhores filmes do ano até agora.

Nota: 5/5

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Abertura de Os Simpsons dirigida por Guillermo del Toro


Como muitos sabem, Os Simpsons tem um especial de Halloween anual, denominado Treehouse of Horror, composto de vários mini-contos de terror envolvendo os personagens de Springfield. Para esse ano, os criadores convidaram o cineasta Guillermo del Toro (diretor de O Labirinto do Fauno, Círculo de Fogo, Hellboy, entre outros) para dirigir a icônica sequência de abertura da série. O produto final contém diversas referências ao terror na cultura pop e é provavelmente a melhor abertura que Os Simpsons já teve em suas 25 temporadas.

Um segundo video foi feito marcando todas as referências feitas na sequência. Veja a seguir:

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Primeiro post e conteúdo do blog

Como a descrição já diz, RetroFilmes será um blog com críticas, análises e textos sobre literatura, música, televisão e cultura em geral, mas com foco principal em cinema. Não sou escritor, nem sequer tenho nenhum tipo de profissionalização relacionada, faço isso apenas como hobby derivado da minha paixão e fascinação por esses assuntos. Espero que o blog seja proveitoso e informativo aos leitores.